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INQUIETAÇÃO

por Mel Duarte

sobre a

POESIA

INQUIETAÇÃO

 

 

"Inquietações
Tenho observado que é cada vez mais difícil o ser humano se manter convicto de
seus ideais.
Habitamos uma terra fértil infectada por vícios, ganância e intolerância de quem
a conduz.
Tenho lamentado tantas bombas, atentados, golpes de estado, repressões
policiais."

FICHA TÉCNICA:
vídeo por Gica TV 1
Interpretação em libras por MÃO PRETA LIBRAS
com Greyce Santos

DATA: 2016

Inquietações
Tenho observado que é cada vez mais difícil o ser humano se manter convicto de
seus ideais.
Habitamos uma terra fértil infectada por vícios, ganância e intolerância de quem
a conduz.
Tenho lamentado tantas bombas, atentados, golpes de estado, repressões
policiais.
Jogos midiáticos atraem uma plateia de memória falha, suscetível a pior escolha
sem nem fazer ideia do que reproduz!

Eu procuro fincar minhas raízes no que me parece estar submerso precisando
imergir,
tenho dentro do peito esse terreno suspenso que briga com meus receios e isso
me faz progredir.
Inquietações me tocam, sei bem porque brotam
e pensamentos soltos me obrigam a ter foco, ser tronco no solo que habito e você
quer agredir.

Então sigo, pacificamente violenta
com munição vocabulario pra que você entenda,
pois sei quando a inteligência de uma mulher fere seres inferiores que ainda não
se permitem evoluir,
por isso trago no trato delicado sons
que não causam estragos ainda que ninguém os queira ouvir.

Os sentidos raros são os mais cobiçados,
abra sua percepção para um novo cenário, não recuse teu chamado, permita-se!
Sei que, nesse estado fálico onde alimentar o ego é algo cíclico,
é preciso ter cuidado pra não se deixar levar,
enquanto usam de artifícios nocivos, alimentando o próprio umbigo,
insisto e resisto com minha denúncia lírica.

Os disparos são dados, aponto pra todos os lados
no ímpeto desesperado de alguma alma tocar.
Crescemos em nosso quadrados, usando como armadura carros,
num fluxo desenfreado e o capitalismo segue infectando, como não se deixar
contaminar?
Trocamos de celulares assim como celebridades trocam seus pares,
desperdiçamos água ,alimento e energia que poderiam salvar centenas de
milhares,
extinguimos fauna, flora, nossos próprios hectares
e substituímos por iphones, aplicativos e notebooks.

Convivemos com pessoas sem conceito
que não sabem diferenciar privilégio de direito.
Será que é tão difícil entender, sejamos francos!
Quando uma gestante toma sua vez na fila do banco
é porque em seu ventre ela carrega uma vida e isso cansa o corpo!

Hoje venho deixar esse relato
pra lembrar que nessa terra passei com discernimento
nem que seja um pouco!
Seguir fiel aos meus princípios
com plena consciência do meu livre arbítrio,
somando forças com bons espíritos
pra me guiar nesse caminho tortuoso.

Não ser humana estática,
indiferente ao que está imposto,
em doutrinas não me encaixo, por isso a vida poética,
ainda que soem lunáticos esses meus versos soltos.

A métrica por vezes me visita mas nem sempre aqui habita.
Consoantes, vogais, verbos, paroxítonas, proparoxítonas, fonemas
substantivos, ditongos, hiatos, antônimos, sinônimos, não, para!
POEMA.
De que serve um padrão de escrita se a mensagem que realmente quer ser dita,
não se faz compreender?

Desculpa o desabafo, caso pareça incômodo nem precisa permanecer nesse
espaço pra terminar de ouvir o que tenho a dizer,
mas entendo que, quando minhas palavras causam desconforto,
é porque realmente atingi quem tenta fugir do que está tão evidente.

Ser silencioso não significa ser indiferente
e cada um luta com a arma que lhe pareça mais eficaz,
que esse recado fique ecoando nas mentes aqui presentes
e gere uma mudança interna em cada alma enclausurada em pré-conceitos
antes que seja tarde demais!

Que a mãe terra perdoe esse homens que sabem o que faz
e abençoe toda essa gente que pensa ser livre,
quando na verdade é seu próprio capataz.

sobre o

POETA

Mel Duarte

Mel Duarte é escritora, poeta e slammer atuando com literatura em São Paulo desde 2006. Possui cinco livros publicados de poesia, sendo o mais recente “Colmeia- poemas reunidos” (2021 Ed. Philos) e dois infantis (Itaú leia para uma criança). Integrou os coletivos “Poetas Ambulantes” e "Slam das Minas SP” e em 2019 lançou seu primeiro disco de poesia falada “Mormaço- Entre outras formas de calor”.

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