HISTÓRIAS
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Tem história que não se repete,
E eu tô cheia delas pra contar
Tem coisa que só sentindo na pele,
Pois se eu falar não dá pra acreditar
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FICHA TÉCNICA:
vídeo por
Interpretação em libras por MÃO PRETA LIBRAS
com Erika Mota
DATA: 2022
“Nana neném, que a bala vem pegar
De farda e coturno é a polícia militar
Homem armado, em cima do telhado
Que mata gente,
Mata a gente,
Mata gente preta com o aval do Estado.”
Tem história que não se repete,
E eu tô cheia delas pra contar
Tem coisa que só sentindo na pele,
Pois se eu falar não dá pra acreditar
Outro dia ouvi os tiro no morro,
Sai na rua sem entender nada
Logo em seguida o grito da mãe
Mais uma criança assassinada
Era “assalto”, mas não tinha faca,
Não tinha fuzil, nem portava pistola
Mas por trás da camisa furada
Só tinha a mochila com os livros da escola
E de um lado, os homem de farda
Que se orgulhava e batia no peito
Do outro lado mais uma mãe calada
Que enterra seu filho com tiro no peito
Aqui não existe respeito
E não é o Estado quem dá o suporte
Mas pra quem tem esse privilégio
Mata preto e criança por esporte
Tem história que não se repete,
E eu tô cheia delas pra contar
Tem coisa que só sentindo na pele
Então foda-se se vão acreditar
Outro dia ouvi os tiro no morro,
Sai na rua sem entender nada
Logo em seguida o grito da mãe
Mais uma criança assassinada
O Estado? É genocida e mata
E a maioria é gente inocente
No jornal eles não falam nada
E a polícia diz que é acidente
O acidente eu chamo de chacina
Mas se perguntarem pra eles, ninguém viu
Sejam bem vindos ao circo dos horrores
E esse espetáculo é no Brasil
Tem história que sim, se repete
E infelizmente alguém tem que contar
Mas pra você só é realidade
Se mostrar na tua 4k?
Outro dia ouvi os tiro no morro
Sai na rua e já entendi tudo
Logo em seguida o grito da mãe
Era mais uma família de luto
Cê percebeu que é a mesma história?
Mas só com as cartas pretas do baralho?
Os menor com certidão de óbito
Bem antes da carteira de trabalho
Era assalto, mas não tinha faca
Não tinha fuzil nem portava pistola
Como é que eu vou gritar: “Favela Vive”
Se todo dia eu sei que ela chora?
MATRIARCAK
Nascida e criada na zona norte de são paulo, comecei minha movimentação artística no hip-hop em 2014, quando lancei minha primeira música, intitulada “país das maravilhas” onde faço diversas críticas sociais sobre o brasil. estudei música e teatro na oficina cultural oswald de andrade e também me apresentei na sala são paulo através do projeto guri. formada em roteirização pela aic, exerço a função e também atuo como comunicadora apresentando o papo de primeira, minha sala de entrevistas no meu instagram. No que me dedico aos saraus e declamações de versos, sou slammaster do slam neblina e como slammer conquistei vários títulos importantes dentro do movimento como: slam sp em 2020, slam viral internacional (representando o brasil), finalista do slam br em 20/21, primeira edição do slam delas lusófona, finalista do slam mg em 2021, e também campeã do torneio de slams além de ter vencido outros: slam do 13 (trezinho e trezão), slam da guilhermina, slam resistência, slam oz, slam perplexo, slam clube da luta, slam das minas, slam moinho resiste, slam do bronx, slam do grajaú, slam capão, slam usperifa, slam versátil, slam pavio curto, slam do mangue, slam griot, rachão poético, slam fecha com as sisthas... Trabalhando em meu primeiro livro, lancei recentemente meu livreto “manual para o fim do mundo vol i” também faço parte de algumas antologias como o slam da guilhermina, slam do 13 e slam viral. recentemente aluna de teatro pelo teatro commune, minhas performances se tornam cada vez mais potentes cada vez que minha poesia é declamada. Acredito no poder que a literatura marginal tem, e a partir do momento que uma única pessoa me ouve, meu poema se torna do mundo.