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Eu fico me perguntando

por Fernaun

sobre a

POESIA

Eu fico me perguntando

"(...)
Mas eu sigo me perguntando se ela pensa em mim toda vez que escuta Arlindo Cruz igual eu penso nela quando escuto Cartola, se tudo isso de fato fez jus, então você apaga a luz e eu fecho a porta, a ardência de quem vive um sentimento, pega fogo, transpira, a linha Rubi na latência, eu, você e o vento, Vênus, Marte em Capricórnio, um final nada ilusório, e nem sempre eu e você podemos, eu sigo me perguntando se foi bom o que vivemos ainda que eu já saiba a resposta, é que virginiano organiza pensamento, ainda que não seja a proposta, ainda que a gente se veja, a sincronia brinca e o tempo gosta, gasto de tempo com espaço, nada que a gente não possa, passo, vai-se o poeta mas fica o legado, depois da ponte eu sigo me perguntando se ela vai pensar em mim amanhã igual eu pensei nela ontem…

Vai saber...
(...)"

FICHA TÉCNICA:
vídeo por
Interpretação em libras por MÃO PRETA LIBRAS
com Erika Mota

DATA:

Eu fico me perguntando se ela vai pensar em mim as oito da manhã igual eu penso nela as sete, se a gente vai se esbarrar em algum vagão da linha Rubi, ou se é pretensão de quem pega o trem sentido noroeste, sentir não era o teste, sem ti, não era o teste pra quem bate no peito e sabe a camisa que veste, que só se encontra quem se perde, mas ela me visita, despista a ordem dos fatos, parcela o que era a vista, desacato, ôôôhh, seguia a risca, é Vênus em Libra, nos vemos, em vida vivemos, viemos, agitação na calmaria de tudo que é imenso, sem você eu incito o grito que não sai do meu ouvido mas transborda no silêncio, e meu coração bate no Boom-bap jazz pique A Tribe Called Quest, KRS, 86 e muita fé, geográfico, sem você sobrava o tempo mas faltava o espaço, sobrava o todo e ainda sim faltava um pedaço, sobrava o verbo, sobrava, brava, soprava as respostas porque a chance era zero...
… e ainda que a imensidão não comporte aquilo que não deu certo, porque se não deu eles chamam de fim, mas eu sigo me perguntando se ela pensa em mim no verão igual eu penso nela no inverno, se o todo fosse algo concreto, credo, o impasse seguiria incerto, certo pelo duvidoso, como se o destino fosse cínico ou tivesse preocupado comigo, e eu tivesse preocupado com ele, e algo maior preocupado com o todo, quântico, se eu fosse só onda e partícula e você ainda sim seria uma energia não conhecida inesgotável para cientistas e qualquer um que tente explicar o inexplicável, você, que talvez nem pense em mim na forma materializada igual eu penso nesse sólido que se desfez, e eu mudarei, perderei, apago todas as respostas que eu já sei e você aplica o teste outra vez, se veste outra vez, linha sete outra vez, o rio não passa no mesmo lugar ainda que tudo pareça um replay, loop, deisdazseis, baixo lendário mesmo bebendo cana, o grito vem da rua movido à insensatez na sensibilidade, insensível na sensatez, perdeu a vez, deu a vez, de uma vez, pensar em você umas três vezes no mês…
Mas eu sigo me perguntando se ela pensa em mim toda vez que escuta Arlindo Cruz igual eu penso nela quando escuto Cartola, se tudo isso de fato fez jus, então você apaga a luz e eu fecho a porta, a ardência de quem vive um sentimento, pega fogo, transpira, a linha Rubi na latência, eu, você e o vento, Vênus, Marte em Capricórnio, um final nada ilusório, e nem sempre eu e você podemos, eu sigo me perguntando se foi bom o que vivemos ainda que eu já saiba a resposta, é que virginiano organiza pensamento, ainda que não seja a proposta, ainda que a gente se veja, a sincronia brinca e o tempo gosta, gasto de tempo com espaço, nada que a gente não possa, passo, vai-se o poeta mas fica o legado, depois da ponte eu sigo me perguntando se ela vai pensar em mim amanhã igual eu pensei nela ontem…
Vai saber...

sobre o

POETA

Fernaun

Fernaun é Mc, poeta e geógrafo. Com dois álbuns lançados (“Fernaun” em 2018 e “Entre Muros e Poesias em 2019), está em fase final de produção do seu terceiro trabalho chamado “Geográfico”. Conta também com alguns singles lançados nos últimos anos. Em breve lançará seu primeiro livro, também intitulado “Geográfico”, além de contar com algumas poesias lançadas em Antologias ao longo dos últimos anos. Atua como poeta-formador nas escolas públicas de São Paulo, realizando oficinas de poesia e batalhas de Slam, integrando a equipe do Slam Interescolar desde 2019. Faz parte da organização do Slam do Bronx, que ocorre na Zona Sul da cidade.

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