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É TRETA PRETA!

por Mel Duarte

sobre a

POESIA

É TRETA PRETA!

 

 

"(...)
É treta, preta, muita treta!
Enquanto a farda faz a vez do capeta,
maldade tá solta, eu sei, atenta,
mas ter discernimento pra escolher sua meta
é um item básico da caixa vida ferramenta.
(...)"

 

FICHA TÉCNICA:
vídeo por Slam Resistência
Interpretação em libras por MÃO PRETA LIBRAS
com Erika Mota

DATA:

É treta preta!

É treta, preta, muita treta!
Trabalhar longe e a passagem só aumenta
enquanto eles compram jatinho com a verba da merenda.
Capitalismo invade, acaba com sua renda
e só uma cesta básica pra família não dá conta.

É treta, preta,
sair na rua numa noite de sexta,
esperar o ônibus de volta e ele nunca chega,
daí um malandro safado, no carro quase parado, te fala besteira
e não satisfeito com a humilhação, ainda faz questão de mostrar que está batendo punheta.

É treta, preta, muita treta!
Enquanto a farda faz a vez do capeta,
maldade tá solta, eu sei, atenta,
mas ter discernimento pra escolher sua meta
é um item básico da caixa vida ferramenta.

O Estado, eu sei, te testa,
diz que é laico mas só dá brecha
e, quando precisa de suporte para lidar com suas feridas,
usam da religião pra tentar impor uma decisão na sua vida.

É, preta... É treta!

Filho do cão aqui, faz hora extra,
explora, massacra e ai de você se contesta!
Mas, para pra pensar: quem é que rege essa orquestra?
Para pra entender: quem é o adestrado e quem adestra?

Passam-se os anos e ainda querem nos manter em silêncio,
dizem que estamos em uma nova era, então por que de tantos resquícios?
Crianças ainda passam fome, meninos nem chegam a ser homens
enquanto mulheres sofrem sendo espancadas a cada 15 segundos.

Penso se, para esse mal, vão inventar um antídoto,
pois, quando o ego fala mais alto que o senso crítico,
desfalcam-se lares,
aumentam-se os cárceres
e o sonho de Palmares vai sendo esquecido.

É preciso retomar ensinamentos dos antigos,
aplicar o matriarcado e praticar o respeito mútuo!
Para que a pequena parte que impera,
orgulhosa por nascer com o pau entre as pernas,
lembre que também saiu de um útero.

sobre o

POETA

Mel Duarte

Mel Duarte é escritora, poeta e slammer atuando com literatura em São Paulo desde 2006. Possui cinco livros publicados de poesia, sendo o mais recente “Colmeia- poemas reunidos” (2021 Ed. Philos) e dois infantis (Itaú leia para uma criança). Integrou os coletivos “Poetas Ambulantes” e "Slam das Minas SP” e em 2019 lançou seu primeiro disco de poesia falada “Mormaço- Entre outras formas de calor”.

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