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Baque na molera (Parte 3)

por Lucas Afonso

sobre a

POESIA

Baque na molera (Parte 3)

 

 

"(...)
Porta aberta pro Tio Sam
Lá nois não pode pisar.
Continência?
nem pra copo Americano no bar.
(...)

FICHA TÉCNICA:
vídeo por Slam da Guilhermina
Interpretação em libras por MÃO PRETA LIBRAS
com Thalita Passos

DATA: 2016

Eles já avisaram
Vão atirar pra matar
E a gente sabe onde a bala perdida
Vai se encontrar

É tempo de tá junto
De se organizar
Trocar ideia com vizinho
Não só pelo celular

Brasil acima de todos?
Difícil de acreditar
Amazônia e pré-sal são nossos
Porque querem entregar?

Porta aberta pro Tio Sam
Lá nois não pode pisar.
Continência?
nem pra copo Americano no bar.

Não apareceu nos debate
Não apresentou proposta
E o povo que confiou
Tá esperando resposta

E ainda tem quem posta
E defende sem medo
Mas maioria tá falando
Que votou no Amoedo.

Hoje acordei mais cedo
E me assustei com a notícia
Quem matou a Marielle
Faz parte de uma milícia

Acharam muito fuzil
É perigosa essa gente
Só não era favelado
Era vizinho do presidente.

Coincidência, né?
Desagradável.
Aí lembrei que alguém falou
que até era favorável

Defensor da família
que na igreja ta indo
Disse que grupo de extermínio
lá no rio era bem vindo

E se diz cristão
Então cuidado Jesus
Se for voltar vão te mandar pra Cuba
Ou pra outra cruz.

Tá faltando luz
Vê se presta atenção
Tá complicado pra esse papo aí
de repartir o pão

Céu de anil mas
o tempo tá sombrio
Cortaram os gastos
Na educação de todo o Brasil.

E não é só poesia
Eu tô falando a verdade
“quer fazer filosofia?
Então paga a faculdade”

Que frase mais sem noção
Vê bem como as coisas são
Esse é a mentalidade do
Ministro da educação

Nos querem chucro, burro
Mas aqui tem consciência
Sabemos dos esqueminhas
da reforma da previdência

40 milhões
Pra cada deputado?
Cadê a turma que disse
Nois tira se dar errado?

Eu avisei
E não é querendo pagar de esperto
Mas cadê a turma
Do que tem torcer pra da certo?

não é parcelado
Meu verso vem à vista
É lamentável
O Brasil ter um governante racista

Eu falo mesmo
E depois dessa vão querer que ele me exile
80 tiros ele se cala
É solidário com Gentili.

Bagulho tá loko
Como viver em paz?
diz que a ditadura matou pouco
Era pra ter matado mais?

Como que nosso país
Elegeu um novo Hitler
Que não faz nada pro povo
Só fala merda no Twitter

Com campanha baseada
Em mentira e fofoca
Fake News do kit gay
a mamadeira de piroca.

E tem quem acredita
E dá o voto na bandeja
Cuidado com homem de bem
Que vende ódio na igreja

A gente quer se amar
Eles "qué tá" se armando
Depois dos tiros não adianta
Hashtag por Suzano

Não respeita a dor do outro
Quer manchete e quer destaque
Sério que professor armado
Evitaria o massacre?

Não faz sentido
Tanto coisa carecendo atenção
Recorde de desemprego
Eles faz arma com a mão

Tempo de crise
Não se sabe quais problemas virão
Prioridades
Vão mexer é no horário de verão

E saúde e moradia?
Isso sim que é uma ferida
É Pra ajudar querem acabar
Com minha casa minha vida.

A conta não é nossa
Porque nois que tem pagar?
Cobra dos Bancos
E vê se deixa o povo se aposentar.

Vamo à luta
Que o futuro se constrói no presente
Se teve fruta
É porque um dia alguém plantou semente

Vê se escuta
Com uma frase eu concordo plenamente
Filho de Ustra
Você não nasceu pra ser presidente.
Ampara o Desamparo (Roberta Estrela D’Alva)

Se tentarem te derrubar...
Num dêxa, num dêxa
Deixô deu cara no muro
E ginga e mexe os pauzinho
E dá os seus pulo
Se a chave num tá no chavêro
Arromba o portão
E serra as barras dessa cela
Feita de dor e de escuridão

No desamparo a amperagem da revolta é mil volts
Temperatura do sangue bombando é mil grau
E suportar a pressão é trabalho de herói
Mas se ""Zumbi Somos Nós não é mais pessoal


Que tal?
Sem saber se amanhã vai ter chão pra pisar prosseguir caminhando sempre em frente sem olhar pra trás.
Na fé que esse mundo vai ser justo e bom pra viver em paz, sem sinhozinho , sem capataz
Sem pau, nem cachorro correndo atrás, geral na calada,
Sem tiro, sem mágoa , sem solidão
Pai desconhecido , escola vazia, sem choro nem vela ou caixão
Sem fome ou intriga da oposição.

Então
Falar é fácil , eu sei e isso não é
Sermão
Que a escolha é encolha
Se não tem
Opção
Que o caminho bifurca
E turva a
Visão
Mas quem guia tá no peito,
Se chama CORAÇÃO

Junta todo mundo pra somá e não tem mais eles e vocês
Agora é nóis porque é só junto que se combate a estupidez
Bota a boca no mundo contra o desamparo e a escassez
Vai pra rua, vai pra pista, grita: Fora Temer, aqui não tem boi pra golpista

É muita idéia que vem
E o desafio é colocar em prática
Precisamos além grana , de gana ação, de estratégia e tática
Pois ainda não encontramos a fórmula mágica
E ainda é preciso desapegar do passado,
E tudo nos pede pra virar o disco, virar a página.

Superar o sistema binário, ampliar o vocabulário
Plasmar o futuro e a vitória na maior disputa, que é pelo imaginário
Novos atores, novo texto , nova luz e um novo cenário
Pois não adianta negar , a Nova Era chegou, ela é real e se chama Aquarius

E se tudo isso for só poesia o ainda peito não para de sangrar
Se as palavras num derem conta e nada mais adiantar
Se é como uma selva e "makes you wonder how you kee going under"
Dá um play no Stevie Wonder e deixa a roda girar.

sobre o

POETA

Lucas Afonso

MC, autor do livro A Última Folha do Caderno, Musicoterapeuta, Campeão do Slam Brasil e representante do Brasil na Copa do Mundo de Poesia, na França.

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